sábado, 24 de outubro de 2009

Caso Isabella e o personagem que faltava: O pedófilo!





Caso Isabella e o personagem que faltava: O pedófilo!

Recebi alguns e-mails perguntando sobre este caso e se não havia nada a comentar. Não, não havia. O assunto era tão hediondo que nada mais teria a ser dito, a não ser o DIREITO de DEFESA que "não" coube legalmente aos únicos suspeitos do crime.

A repercussão do caso Isabella Nardoni tornou-se algo nacional e internacional devido o seu desenrolar ter sido acompanhado passo a passo pelos meios de comunicação. Um verdadeiro Realty Show, com personagens reais invadiu os lares de todo Brasil envolvendo famílias com pai, mãe, madrasta, crianças, avós, policiais, vizinhos, peritos e uma linda e feliz criança morta cruelmente. Tudo isso somado a aniversários dos envolvidos, manifestações de milhares de pessoas, presença de 1 milhão de fies em missa com famosos, programas de TV em todas as emissoras, (alguns exclusivamente falando somente sobre este assunto), jornais e revistas contando fatos e apresentando imagens da feliz criança enquanto viva, seguidas da indignação popular, recusa em presídios dos supostos assassinos (pai e madrasta) e mais diversos depoimentos diariamente narrados em tempo real, junto aos acontecimentos, entrevistas, vídeos de antes e depois, registros de câmeras, tudo contribuindo para que o caso popular se torna-se o mais comentado por tanto tempo na mídia e de grande interesse diário da população do Brasil.

Mas em meio a tantas certezas, horror e tristezas. Faltava um personagem. Um personagem que, de repente, muda todo o contesto da história: o tenente PEDÓFILO.

Sabe, vou falar uma coisa para você: - Se me acontecesse repentinamente um desastre, eu não saberia com certeza a quem chamar. Chamar a polícia!? Quem serão eles!? Qual é o número? Acredito que talvez num momento de pavor eu buscasse alguém de minha confiança, no meu caso, meu marido, para outros o pai, que foi o que fizeram os supostos culpados. Outra coisa que não dá para entender é o motivo. Como pode alguém matar a filha sem motivo!!!Ou ver a madrasta esganar uma criança (também sem motivo?) por 3 minutos (uma enormidade de tempo) e ficar parado e ainda depois, pegar a criança e jogar pela janela. O pai fazer isso!!! Não, isso não é possível para um ser humano fazer. Um homem jovem, com sua mulher e filhos que acabam de voltar da casa dos pais e de repente, do nada, mata a filha, a quem viu nascer e crescer e simplesmente jogar pela janela! É absurdo demais. E ainda com duas criancinhas de 3 e 10 meses, junto! Não estavam drogados; a menininha ia embora no dia seguinte; era o final de um final de semana normal ! Qual o motivo!?

Por todas estas interrogações não respondidas, concluiu-se que o casal Nardoni motivado por ciúmes e ódio, foi condenado pelo clamor público como CULPADOS.

Os advogados de defesa se apresentaram como debutantes da profissão. A entrevista do casal em rede nacional só fortaleceu a tese de culpa perante a cara de bobos dos dois, que nem se defenderam e apenas, falaram da menina, quando a opinião publica esperava um esbravejar de justiça e justificativas de inocência. Terminaram a decepcionante entrevista dizendo – Deus é testemunha (frase que surtiu uma sensação de sacrilégio). Outra frase do pai dita foi de que, quando visitou o túmulo de Isabella, sua filha, jurou ter dito que “não sossegaria enquanto não pegasse o criminoso” também não convenceu - mais parecia um texto dito por um ator medíocre.

É... A população foi totalmente induzida pelas notícias, por bons (e maus) comunicadores, mas...mesmo assim...por quê? Qual motivo? E maior a indignação.

Dia 30 de Maio, dois meses após o crime (ocorrido dia 29/3/2008 às 23:30+-) o tenente que fez a varredura do apartamento após a ocorrência do crime, recebeu ordem de prisão por ele ter sido descoberto fazendo parte de uma rede de PEDÓFILOS. E mais, no dia anterior, no Programa Super Pop, da apresentadora Luciana Gimenez, foram entrevistados dois participantes do acontecido, um apresentador de TV e uma perita que trabalhou no local do crime. Neste programa foi colocado um dado novo do caso que, até então, o “povo” desconhecia. A perícia constatou que a criança, teve suas partes íntimas machucadas, o que prontamente a perita respondeu que a integridade do cadáver deveria ser preservada, e rapidamente o outro entrevistado complementou dizendo que seria melhor o novo perito contratado pela defesa ficar quieto para não piorar a situação deles. Mudaram de assunto.

Agora, este novo personagem tenente da polícia e que fez a varredura no local e disse não ter encontrado nada, foi pego como PEDÓFILO e pior, ao ser convocado para averiguação, se MATOU!!! E mais, o prédio onde o policial trabalhava fica ao lado do prédio onde se deu o assassinato e que, por ser um prédio recém lançado, tem vários apartamentos vazios, como consta nos laudos publicados.

Os acusados do crime (Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá) nunca deixaram de dizer que havia uma terceira pessoa no apartamento e nunca se contradisseram.

Este tenente foi o primeiro a chegar, junto com mais dois colegas na cena do crime. Chegaram a pé, devido à aproximidade de onde estavam e, segundo documento apresentado no Jornal Nacional chegou antes das viaturas. Ainda, a pedido de Alexandre Nardoni (que pode até ter sido induzido a isso), foram eles a fazer a varredura do apartamento e colher provas da suposta terceira pessoa, que foram completamente descartadas por eles, policiais, mediante a justificativa feita por eles.

O que pode ter havido? Quem sabe? Mas, minha imaginação pode narrar uma história, que dentre tantas, também se encaixa na ocorrência: “Um pedófilo ativo, com acesso as chaves de apartamentos vazios, poderia já estar no prédio e ter visto o pai carregando a criança dormindo e, vendo que o pai saiu sozinho, deixando a pequena criança no apartamento dormindo, resolveu se aproveitar da situação. Se aproximou da menina e a tocou e esta ao reagir, machucou-se. Ao ser visto como um policial pela criança, por estar de uniforme, ele se apavorou e esganou a criança, viu a tesoura e teve a idéia de jogá-la, antes dos pais voltarem, o mais rápido possível, no último quarto quando fora surpreendido, como policial, pela menina que o reconheceu.

Uma história com: uma criança, machucados em partes íntimas, um tenente que já conhecia o local por trabalhar ao lado e ter conhecimento dos cômodos vazios, ser pedófilo e se matar???...Muda bastante o contexto e leva a pensar na possibilidade do casal ser inocente. E, se isso for verdade!!! Que horror este casal está passando!! O Direito de Defesa deles deve ser considerado tanto quanto o da menina que não teve, coitadinha ( e pode estar ajudando dos Céus para que o caso se elucida).

Eu posso estar enganada, mas este novo personagem sabia de algo muito grande, para ter ficado tão apavorado a ponto de acabar com a vida.

Por isso a Pena de Morte não deve ser aprovada. A história pode tomar rumos diferentes e o provérbio “A verdade tarda, mas não falha” tem a chance de continuar existindo.


Final de Novembro contabilizou os 200 dias de cativeiro do casal Nardoni. Em penitenciárias diferentes, esperam pelo julgamento. Ambos recebem semanalmente alimentos de seus pais. O pai de Carolina Jatobá, a madrasta está em péssima situação financeira, desempregado pediu carona a repórter por não ter dinheiro para voltar para casa. Sofre processo na Justiça por vários motivos financeiros não cumpridos.

Sabe, astrologicamente existe um aspecto terrível que envolve: Sol mal aspectado com Júpiter na XII.
Traduzindo: Vida manifestada com extremo azar envolvendo marido, pai e Justiça. Ocorrendo neste setor XII, setor da prisão, significa prisão, mesmo por quem roubou uma banana, digamos assim. Tudo, principalmente a manifestação do ego do acusado que sofre este aspecto, o acusa. É um aspecto pesado. Quem sabe aqui o casal pode estar com esse aspecto.

Por outro lado, a essa altura dos acontecimentos, como mudar o rumo dos laudos se o peso colocado pela opinião pública, e da Justiça Penal e Militar Nacional já o condenaram?

O que me faz pensar é – A primeira coisa que Alexandre Nardoni disse ao descer para ver a Isabella (caída) foi:- Há alguém no apartamento.
2) A primeira viatura a chegar no apartamento foi a do sargento suicida, responsável pela varredura e quem assinou a vistoria.
3) Por que este sargento ao ser descoberto como pedófilo se suicidou?
4) Não havia motivo para um casal, visto 30 minutos antes no supermercado com harmonia e tranqüilidade, jogar a filha pela janela.
5) A mídia colaborou de forma espetacular e irreversível o decorrer da história, acusando o casal azarado.

O Direito de Defesa deste casal deve ser revisto, considerando a inclusão deste novo personagem fundamental, para que possam existir direitos iguais de defesa e acusação.

Mudaram os advogados de Defesa do casal Nardoni e os novos advogados argumentam que o sangue no apartamento não é de Alexandre Nardoni e nem de Anna Carolina Jatobá. Em uma petição apresentada ao juiz Mauricio Fossen, da 2º Vara do Tribunal do Júri, o advogado Roberto Podval requer que seja autorizado um exame de DNA no sangue que está guardado como sendo dos Nardoni para provar que ele não é do casal. "- Estou afirmando com todas as letras que o sangue guardado no Instituto de Criminalista domo se fosse deles, não é deles" diz Podval.

Baseando-se em declarações dadas por Alexandre e Anna, formalizadas em documento entregue ao juiz diz " A coleta de sangue não foi feita porque inclusive faltaram seringa no Instituto no dia que eles foram para lá" (coisa de mais um pouco de azar). Segundo Podval, esta declaração já havia sido feita em novembro, mas ficou "perdida no meio do processo aguardando providências e ainda diz "vamos provar que tem alguma coisa muito errada com toda a investigação"

O promotor Francisco Cembranelli que foi o grande "aparecedor da mídia" por todos os dias, meses e semanas alega que avaliará o pedido de exame, mas afirma que a questão do sangue é um "fragmento de toda uma prova muito consistente".

É... Da mesma forma que existe sorte, existe o azar, e eu acredito que este casal foi azarado.
Felizmente a Justiça Divina é poderosa e se este casal for inocente, a verdade emergira.

Matéria publicada dia 31/05/2008 e 28/11/2008.
http://www.eradeaquario.com.br/secao.asp?IdMenu=63&IdSubMenu=329

SEGUNDA PARTE > FINAL!)

SEGUNDA PARTE > FINAL!)

—Pessoas com capacidade didática e de escolaridade, ao cometerem um crime tão bárbaro, sabendo das suas conseqüências, não iriam levar a menina, carregando-a por seis andares até o seu quarto, saindo para buscar as outras crianças e, ao voltar ao quarto, no sexto andar, não viu a menina, vendo por um buraco na rede de nylon, a menina caída lá embaixo. O que, no mínimo faria, era jogá-la pela janela do seu automóvel, no trajeto para a casa, para ela ser atropelada pelo veículo que viesse atrás dele, limitando-se, depois, a dizer que a menina, por si só, teria caído da janela do seu automóvel.

—Não consta que a Perícia feita no quarto tenha localizado o instrumento usado para abrir o buraco na tela.
—Não sabemos se os Peritos registraram se, quem abriu o buraco na tela, era “canhoto” ou destro, imaginem que o seja “canhoto” e, o casal, não seja!

—Não falaram, pelo menos que eu saiba a altura, em centímetros, do aludido buraco na tela de nylon de proteção, o que determinaria, em parte, alguém de altura condizente à feitura do buraco efetuado.

—Sabemos que ninguém gosta de se apresentar como testemunhas de crimes, inclusive, até as vítimas escondem a face. As testemunhas ouvidas informaram de uma briga do casal Alexandre e Ana Carolina, com palavrões, do outro lado da rua ou avenida e, em outro edifício. Embora não possa haver dolo, podem ter se enganado na origem da discutição, vinda de outros andares com movimentos na artéria ao rés-do-chão.

—Os contatos com marca de sangue podem ter ocorrido após o encontro com Isabela no solo e, antes da chegada do “Rabecão’.

—As manchas de sangue no piso do quarto no sexto andar, podem ser resultantes da investida do assassino contra Isabella, acabando por jogá-la pela janela, fugindo em seguida, sem ser identificado, antes do retorno de Alexandre, vindo do térreo com as outras crianças, acabando por sujar as vestes Dele e de Ana Carolina.

—Pode ter o ocorrido que, realmente, Alexandre e Ana Carolina tenham espancado a menina, tirando-lhe sangue e, desesperados, a jogaram pela janela, imaginando que Ela estivesse morta pelo espancamento, todavia, mesmo assim, as lacunas as quais, me referi linhas atrás, terão que ser bem delineadas e esclarecidas! Principalmente, pelo fato de, ao espancá-la, o fizeram no seu apartamento, ligando-o, diretamente, à Cena ou ao Local do Crime. O que não é normal ocorrer com pessoas esclarecidas e de saber didático, que, por isso mesmo, evitariam que o local do bárbaro assassinato da garota ocorresse em seus domínios, pois, seria mais fácil retornar com Ela de carro e a jogar em uma esquina ou acostamento qualquer.

Vou parar por aqui e, só terei a convicção da culpabilidade do casal, se Ele, livremente, confessar a autoria e, as provas técnicas e testemunhais ficarem condizente e, sem nenhuma reticência. Quando fui perito “ad-hoc”, muitas vezes, me desentendi com as Autoridades que queriam que fossem modificadas algumas perícias, sem nem terem ido aos locais dos fatos, o que não aceitava.

Como o ser humano é muito moldável, no interesse de manter o seu emprego, pode ocorrer que, Peritos façam relatórios conclusivos se estribando no apurado nas investigações, para não se posicionarem contra alguns chefes, todavia, pelo que sei, poucos assim agem erroneamente.

Sebastião Antônio Baracho
autor de vários artigos, crônica e poesias
http://pt.shvoong.com/books/1804379-caso-isabella-nardoni-primeira-parte/

- Caso... ISABELLA NARDONI! (Primeira parte)






Caso... ISABELLA NARDONI! (Primeira parte)

(Opinião Empírica) /// PRIMEIRA PARTE!...
Sou um empírico convicto por ter uma base de maturidade de 70 anos, sempre em evolução nos meus pensamentos de vigília. Sou um burocrata que detesta a burocracia, por ela ter o excesso de formalidades e papeladas infindáveis. Desde a morte da menina ISABELLA NARDONI, que acompanhado os noticiários diuturnos e seqüenciais, em todos os meios de comunicações ao meu dispor, onde, aparece uma “maratona” de formalidades e de papeladas me entulhando a mente, a cada versão mostrada.

Sou Escrivão policial aposentado há mais de 20 anos, também, fui, por anos, Perito “ad-hoc” em meu Estado; trabalhei nas duas Polícias (Militar e Civil) e no Fórum da minha Comarca. Ao me aposentar, passei a sofrer uma espécie de “LER” e, o curei totalmente, simplesmente, Criando 19 volumosos livros, centenas de poesias e textos diversificados (Escrevo um texto ou poema por dia), por isso, a minha mente permanece lúcida e aprendi a usar as emanações dela e dos eventos, comigo transcorridos na vida policial, os selecionando, mentalmente, e ajudados pela maturidade adquirida.

Já efetuei pericias em que as provas coletadas mostravam um inocente como autor de crimes, tais como:
- Uma pessoa saiu de um bar para apanhar um revólver para matar um desafeto, com os demais aconselhando o outro a ir embora por um rumo oposto. Adiante, se encontraram os dois e se entenderam, combinando de retornarem, juntos, ao bar, porém, o que fora apanhar o revólver, ao saber que o outro ia a um banco, ali perto, pediu que ele descontasse um cheque vultoso seu e voltasse para o bar, momentos depois, foi assaltado e morto por um ladrão que o vira dar o cheque. Chamada a Polícia e, após interrogações preliminares, foram até o banco e encontraram o cidadão a descontar o referido cheque. Ele foi preso, julgado e condenado a muitos anos de prisão, ficou na cadeia por dez anos, até o verdadeiro assassino, no leito de morte, confessar o crime e, ele, foi liberado da prisão lhe imposta injustamente.

- Em Curvelo-MG, há décadas passadas, houve um homicídio num distrito, com o assassino confessando a autoria e entregando a arma do crime, um revólver caro de nome Colt Cavalinho, de calibre 38. Feita à autópsia, a bala encontrada era de calibre 32, portanto, não conferia com a do Colt entregue.

O inquérito foi-se avolumando pela burocracia e o chamamento de profissionais da capital e... Nada! Um defensor do criminoso pediu ao Delegado Regional para passar o inquérito para eu prosseguir. Com relutância, a Autoridade me nomeou para tal. O advogado disse que ia me dar uns dias para eu ler o feito, no que recusei alegando que os melhores profissionais já o tinham lido e nada conseguido, pedi a um detetive para ir ao distrito, onde houve o assassinato, e me trazer uma mulher e dois homens que não viram o delito ser praticado, mas, que conheciam bem a vítima.

Momentos depois, o policial retornou com as novas testemunhas e, jocosamente, me disse: Vou-me embora, pois, você está fazendo a vida pregressa da vítima por ser o assassino rico. Sem me incomodar, fiquei dialogando com a mulher até que, sem querer, Ela me disse: Um mês antes de ser assassinado, Ele brigou com um amigo, recebendo um tiro de um revólver calibre 32, mas, não foi ao médico e, sim, a um farmacêutico local que informou que a bala estava debaixo do braço e ali poderia ficar.

Ouvi as outras testemunhas que confirmaram o depoimento da senhora e, imediatamente, chamei o advogado e, ele, pediu uma necropsia da vítima, já em pó na sepultura, levando, os peritos, uma peneira e, peneirada e terra, encontraram a bala do Colt Cavalinho e, o inquérito foi para a Justiça com a culpabilidade comprovada.

TODO ESSE PREÂMBULO é para informar que não acredito, pelo menos por enquanto, que ISABELLA NARDONI foi assassinada pela madrasta e o Pai, pelas razões seguintes:

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Quem matou Isabella Nardoni?







Quem matou Isabella Nardoni?
Fábio Tofic Simantob
-
20/10/2009

Quando o caso Isabella parecia não ser mais capaz de preencher pauta de jornal, Luciana Gimenez conseguiu dias atrás fazer o caso ressurgir das cinzas. O gancho usado pela equipe da apresentadora foi o lançamento do livro “Quem matou Isabella Nardoni”, escrito por um médico gaúcho, que inocenta o pai e a madrasta de qualquer participação na morte da menina.

Com dois peritos no auditório e um experiente promotor de Justiça, a apresentadora simulou um julgamento; só que no banco dos réus não estava o casal, mas sim o médico que escreveu o livro. O julgamento se deu à revelia do médico durante a maior parte do tempo. A tônica da acusação contra o escritor girou, sobretudo em torno do motivo que o teria levado a escrever a obra polêmica. Oportunista! Insinuava à apresentadora. Abutre! —gritava, exasperado, o promotor convidado.

Vez por outra, Luciana Gimenez aproveitava para dividir com o público um pouco do seu vasto conhecimento jurídico: “Obra literária sobre caso criminal! Isto só pode ser feito depois do julgamento!” Lá pelas tantas alguém se lembrou de que talvez seria uma boa idéia telefonar para o médico e ouvir a versão dele. Santa ilusão. Ele mal começou a falar e foi metralhado aos berros pelo fogo acusatório que vinha dos convidados presentes no auditório.

Ao final do programa o público continuou com o mesmo entendimento que já tinha do caso: nenhum. A verdade é que ninguém sabe ao certo o que há a favor e contra o casal. A acusação, é certo, trocou qualidade por quantidade. Em mais de vinte volumes, ou algo em torno de quatro a cinco mil páginas, vai tentar convencer os jurados de que como nada explica à morte da menina —e também não se tentou investigar outras possibilidades— a única hipótese que sobra é a de que o casal é culpado; à defesa restará o desafio de sustentar que isto é pouco demais para condenar alguém.

Pior para os jurados que, sem entender muitas coisas terão que julgar, sem se preocupar em eventualmente decepcionar o clamor popular.

O médico? Ora, o médico cometeu um pecado mortal. Expressou sua opinião sobre o caso. Entrou de gaiato numa história trágica e resolveu peitar a versão oficial. Algo de revelador o livro deve trazer, porque incomodou o status quo. A nós, meros espectadores restam continuar com a pulga atrás da orelha. Quem afinal matou a Isabela Nardoni?

http://ultimainstancia.uol.com.br/artigos_ver.php?idConteudo=63438