quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Ciência Forense - Exame de DNA VIII

Este método se baseia no corte' que as enzimas de restrição são capazes de fazer onde existem apenas certas seqüências específicas de nucleotídeos. Estas enzimas são uma espécie de tesoura biológica' que vão cortar' o ADN em locais específicos, chamados de posições de restrição, gerando fragmentos de ADN de tamanhos diferentes e seqüências específicas.

Para separar os fragmentos de ADN cortados' pelas enzimas de restrição, utilizasse a técnica de eletroforese, que consiste na separação das espécies de uma solução coloidal pela influência de um campo elétrico. De forma geral, na temos um esCHEMELLO, E. Ciência Forense: exame de ADN quema que engloba as principais fases de um teste de ADN.

Esquema geral para o teste de ADN para fins forenses. [adaptado de ENGER et al, 2005]. Devido ao fato das pessoas terem uma seqüência de nucleotídeos diferentes entre si, pode-se identificar uma pessoa pela evidência deixada no local do crime a partir da comparação dos resultados obtidos pelos exames de ADN. No esquema acima, temos um suspeito que supostamente teria estuprado a vítima.

Em (a) temos a coleta de sêmen na vítima e posterior exame. Também é feita a análise do ADN a partir de uma amostra de sangue do suspeito. Em (b) são representadas as enzimas de restrição que têm a capacidade de cortar' o ADN em lugares onde uma determinada seqüência de nucleotídeos ocorre.

A tesoura simboliza as enzimas necessárias para a seleção de seqüências específicas. Em (c) ilustra-se os pedaços de ADN separados pela eletroforese. Em (d) é mostrado um padrão conhecido como DNA fingerprint. Observe que os padrões oriundos do sêmen coletado e do sangue do suspeito coincidem, indicando que o sêmen é do suspeito e que este está ligado ao crime. A separação dos fragmentos de ADN ocorre através de eletroforese, conforme visto anteriormente.

Analisaremos mais detalhes deste processo a partir da observação da CHEMELLO, E. Ciência Forense: exame de ADN NH2 N Br H2N +CH3 Na esquerda temos a ilustração da técnica de separação por eletroforese. Já na direita temos a representação da molécula de brometo de etídio. [fonte: Koolman e R hm, 1996]. A mobilidade de moléculas em um campo elétrico de determinada intensidade depende do tamanho e da forma destas, além de suas cargas elétricas. Um meio, formado por gel do polissacarídeo agarose7, conhecido como ágar-ágar, permite a passagem dos pedaços de ADN cortados'.

Ao colocar a amostra no pólo negativo, esta migra para o pólo positivo. Os pedaços menores migram mais longe que os maiores, criando-se assim um padrão, o qual pode ser revelado utilizando-se substâncias intercaladoras, tais como o brometo de etídio (veja novamente a).

Este composto interage com o ADN e o torna visível devido à fluorescência do ADN quando exposto à luz UV. Alguns detalhes do método foram omitidos, bem como certas técnicas de análise dos resultados da eletroforese não serão tratadas aqui, pois são demasiadamente técnicas e fogem do escopo do artigo. Quem não se lembra do caso de assédio sexual envolvendo a funcionária da Casa Branca, Mônica Lewinsky, em 1998, com o então presidente do EUA,
Bill
Clinton?