Afastado há quatro anos dos tribunais do júri, o criminalista Antônio Cláudio Mariz de Oliveira foi convidado para defender o casal Alexandre Alves Nardoni e Anna Carolina Trota Peixoto Jatobá, acusados de matar a menina Isabella, filha dele, em 28 de março de 2008. Caso aceite, ele dividirá a defesa do pai e da madrasta da criança com o criminalista Roberto Podval.
A possível entrada no caso de um dos maiores advogados criminalistas do País aumenta a expectativa pelo júri que definirá se o casal matou ou não a menina no dia 28 de março de 2008, agredindo-a e jogando-a pela janela do 6º andar do prédio em que moravam, na zona norte de São Paulo. "Tenho compromissos profissionais e pessoais agendados. Aceitarei o convite caso consiga remarcá-los e me convença da inocência do casal", afirmou Mariz.
Ele recebeu cópias do processo e está estudando os autos. Mariz, que ficou conhecido no passado pela sua atuação no júri, dedicou-se nos últimos anos à defesa de acusados de crimes financeiros e tributários. Em 2005, ele conseguiu a libertação de Suzane von Richthofen, que era acusada de matar os pais - a jovem voltaria à prisão no ano seguinte, quando Mariz não mais a defendia, e seria condenada a 39 anos de prisão.
O convite a Mariz foi feito por Podval. O advogado dos Nardonis definiu ontem (5) que não vai mais entrar com nenhum pedido que possa adiar o júri, marcado para o próximo dia 22 de março. "Estou pronto para o julgamento", disse. Um único detalhe ainda pode atrapalhar o júri: uma testemunha da defesa não foi localizada. Trata-se do funcionário de uma obra vizinha à casa dos Nardonis, que teria dito que o imóvel foi invadido na noite do crime.
Podval também está preparando um novo habeas corpus que deverá apresentar nos próximo dias - mas sem pedido de liminar - no Tribunal de Justiça (TJ). O defensor dos Nardonis quer que o tribunal analise seis possíveis irregularidades que teriam ocorrido no processo. Caso o tribunal lhe dê razão, o processo pode ser anulado. "Não devo pedir liminar, pois o objetivo desse pedido não é adiar o julgamento."
Anteontem (4), a defesa teve negado mais um pedido no Supremo Tribunal Federal (STF). Podval pedia liminar em outro habeas corpus para que o julgamento do casal fosse adiado enquanto o tribunal não decidisse de forma definitiva se o casal, além da acusação de homicídio, deve enfrentar a de fraude processual conforme definido anteriormente pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). (AE)