Em reunião que durou cerca de 3h30 no Palácio da Justiça de SP, entre integrantes da comissão de imprensa do Tribunal de Justiça e cerca de 70 jornalistas, foram definidos os detalhes de como ocorrerá a cobertura jornalística do júri do ano aquele que será realizado na segunda-feira (22) e decidirá se Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, pai e madrasta da menina Isabella, são inocentes ou culpados pela morte da garota, ocorrida em março de 2008.
Entre os detalhes previamente definidos pelo juiz Maurício Fossen, do 2º Tribunal do Júri do Fórum de Santana, zona norte da capital paulista, onde ocorrerá o julgamento, está a proibição da entrada de qualquer equipamento que possa captar imagens ou sons do local.
Não serão permitidos no plenário laptops, e os celulares deverão estar desligados. O julgamento está previsto para começar às 13h, e deverá se estender até 21h. Antes disso, às 18h de domingo (21), uma das pistas da avenida Engenheiro Caetano Álvares, em frente ao fórum, será interditada até que os trabalhos estejam encerrados.
Segundo o desembargador Carlos Teixeira Leite, que conduziu o diálogo com a imprensa, um dos motivos pelo qual o júri não será televisionado é “para preservar a figura do jurado”. “O júri irá ocorrer mesmo no Fórum de Santana e não existe a possibilidade de ser transferido para o da Barra Funda porque isso é uma decisão do juiz do caso e o tribunal não tem poder para interferir”, afirmou.
Depois de muita discussão entre jornalistas e desembargadores, também ficou definido que a imprensa terá que se revezar para cobrir o julgamento. Foram divididos grupos que farão o rodízio de hora em hora para repassar as informações sobre os andamentos do julgamento.
Preparativos para o júri
As versões da defesa e da acusação devem ser apresentadas aos jurados durante pelo menos três dias a partir da próxima segunda-feira. Por causa do número de testemunhas, 24 no total, o juiz Maurício Fossen, do 2º Tribunal do Júri, reservou o plenário por uma semana.
O magistrado também já requisitou reforço por causa da grande repercussão do caso: solicitou um médico para plantão e uma ambulância, equipada com equipamentos necessários e socorrista, duas viaturas para uso durante os trabalhos de julgamento, aumento no efetivo de agentes de segurança no prédio, para proteger o patrimônio público, e reforço policial.
Na terça (16), o desembargador Luís Soares de Mello, da 4ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo, negou habeas corpus à defesa do casal, que pretendia adiar o julgamento. O advogado Roberto Podval pediu a produção de novas provas e alegou cerceamento de defesa. Para o magistrado, o pedido tinha "nítido caráter protelatório".
O Tribunal de Justiça já sorteou os 40 jurados dos quais 25 comporão inicialmente o Conselho de Sentença. São 17 homens e 23 mulheres, maiores de 18 anos e residentes em São Paulo. Destes, restarão sete, escolhidos um a um no início da sessão do dia 22.
http://noticias.uol.com.br/cotidiano/2010/03/18/tj-sp-define-que-juri-do-caso-isabella-nao-sera-transmitido.jhtm