domingo, 7 de março de 2010

Distorções do noticiário policial sem juízo crítico- Comentários





Opiniões comentadas

João Paulo [São Paulo]: “Que me perdoe a Dra. Procuradora, mas a função do Ministério Público é zelar pela sociedade, não aparecer na televisão” (...) “Responsabilidade e cautela é o que deveria preponderar na ação do MP e da imprensa”.
*******************
Vitor Marques [Guarujá - SP]: “Fico espantado e preocupado, pois a polícia e o MP parecem já saber quem são o(s) culpado(s) mesmo antes de investigar” (...).
********************
João Antonio [Curitiba - PR]: (...) “Dar informações sobre o caso é diferente de apontar o culpado desde o primeiro momento. Delegado e promotor, rapidamente, apontaram provas que depois a perícia mostrou serem infundadas”. (...) “O que foi feito até agora só serviu para atiçar a opinião publica contra o casal. Trata-se, a meu ver, de escancarado pré-julgamento e, com todo respeito, as considerações da doutora procuradora, me parecem inconsistentes”.
*******************************
Maurício] [São Paulo]
Dra. Ana, data máxima vênia, as circunstâncias dos dois casos são as mesmas, quais sejam, em ambos uma criança despencou prédio abaixo. Ocorre que, em regra, antes de se perguntar/investigar o que de fato ocorreu, parte-se para a via da prisão temporária dos "suspeitos". Ora, qual o prejuízo para as investigações que os pais permaneçam em gozo de suas liberdades, em atenção ao comando constitucional, lei maior, enquanto não se forma um quadro fático que permita asseverar-se quanto à ocorrência de um crime e os indícios de autoria, mormente quando ausentes os pressupostos que autorizam a decretação da prisão preventiva? Creio que tal procedimento melhor se coadunaria com o Estado Democrático de Direito, com a Constituição Federal e com o Código de Processo Penal. Ou estou enganado? Saudações.
******************
[Ana Lucia Amaral] [São Paulo/SP]
Sr. Maurício, Conheço o episódio envolvendo a criança do mencionado autor. Naquele caso, a criança caiu do colo, e logo se conseguiu esclarecer, pois bem possivelmente os pais colaboraram.No caso comentado neste espaço, uma criança caiu do sexto andar de um edifício, e parece que os responsáveis pela criança não estão conseguindo esclarecer. São circusntâncias fáticas distintas, que não se prestam a comparações.
********************
[Franco] [S. Paulo- SP]
esse caso é a expressão máxima da incompetência policial e juridica brasileira. A começar pela tomada de depoimentos, alterados depois à conveniênica dos advogados na delegacia, passando pela prisão (dos óbvios culpados) sem respaldo jurídico pois não estavam atrapalhando a investigação. Me parece mais uma maneira de deixá-los soltos, como fizeram com Pimenta Neves, promotor Thales Ferri, cirutgião Farah etc...Assassino rico no Brasil não vai para a cadeia.
********************
João Paulo] [São Paulo]
Que me perdoe a Dra. Procuradora, mas a função do MP é zelar pela sociedade, não aparecer na televisão, nem que seja por,1 ou 15 minutos. Não se esqueçam do Bar Bodega, do Jorge Mirandola e da Escola de Base. Não se pode acabar com a imagem das pessoas antes da conclusão do inquérito. Se forem culpados que sejam execrados, até lá, responsabilidade e cautela é o que deveria preponderar na ação do MP e da imprensa
*************************
[M.Toldi] [São Paulo/SP]
Esse artigo é típico de quem só enxerga um lado da história: o lado da acusação criminal. Ninguém é senhor das expressões jurídicas típicas como presunção da inocência e outras. Que mal há em que os jornalistas as usem? Não devemos ter saudades do tempo em que crimes e criminosos eram fabricados na imprensa e nos quais os acusadores se transmutavam em heróis da noite para o dia (e alguns gostavam muito da farra). É necessário dar aos acusados o benefício da dúvida, sim, e permitir que todos se expressem por meio da imprensa.
**************************
[Pietro] [São Paulo, SP, Brasil]
Frederico, se me permite, ha' coisa de 3 semanas vi um debate na TV Gazeta, coordenado pela Leda Nagle, onde um dos debatedores, Promotor do RJ se não me falha a memória, deu a seguinte estatística: De cada 10 crimes no Brasil, 9 são de autoria desconhecida, isto e', tem-se suspeitos mas não ha' provas suficientes para levá-los ao Tribunal. O que isto significa e' que nossa Policia precisa de melhores instrumentos de investigação, equipamentos, suporte logístico e legal. No caso da menina, ja' foram feitas 7 pericias!! Não e' preciso ser do ramo para saber que a cena do crime se desfaz rapidamente com o tempo. Espero que os laudos tenham base suficiente para esclarecer a autoria e permitir a punição deste crime. Ai', só' ficam faltando mais "9" ...
**************
[Rosangela Bessone] [Belo Horizonte-MG]
Ao ver estes peões (imprensa, polícia e povão)julgando o casal, querendo fazer justiça com as próprias mãos, fico apavorada e já fico também imaginando os tempos do velho oeste, tiros para todos os lados, mulheres armadas... será que tem espaços para as charetes? O Roberto Cabrini se for inocente deve estar sentindo na boca o gosto da injustiça, se é que existe gosto para isto. Também quero que a tragédia da Isabella e de milhões de vítimas sejam esclarecidas mas por quem de direito e de fato e nunca por idiotas como estes caras da Record, rede TV e outras. A tal de Sônia Abraão é ridícula ( minha vontade é dizer um palavrão). Na mesma medida que julgardes, sereis julgados. Portando: Sejam justos para promoverem a justiça./
******************
Silvio] [São Paulo, SP, Brasil]
Como membro de uma corporação, a Procuradora faz exatamente o que é esperado: a defende. Nenhum comentário sobre o fato de membros do MP (paulista, ao menos) só aparecerem no cenário de crimes comuns apenas quando dão repercussão na imprensa. Nunca vimos nenhuma atuação pessoal nas centenas de casos do Departamento de Homicídios que, coincidentemente, não tem a mesma repercussão. Seguindo a mesma linha, a douta Procuradora cobre de fumaça a visão correta do Inquérito Policial, querendo subverter a legislação ao afirmar sobre a total atuação dos membros do MP no mesmo. Ela seria mais sincera se defendesse o fim da carreira de delegado de polícia. Mas, como alguém tem que cuidar dos casos sem repercussão, jamais falam isso.
**********************
Emilie Larue] [Brasília-DF, Brasil]
Se os jornalistas carecem de conhecimentos técnicos para divulgarem tais notícias, sobretudo aí que as autoridades públicas envolvidas (todas, polícia, Judiciário, MP) devem adotar uma postura ainda mais neutra, mais técnica e mais informativa. A imprensa tem suas culpas na condenação instantânea, mas a responsabilidade maior é das autoridades públicas, as que supostamente teriam maior competência técnica para lidar com casos que despertam o clamor público.