O crime que comoveu o Brasil há dois anos chega ao tribunal e pode mudar a história da Justiça no País. Conheça as estratégias, os personagens e os detalhes que movimentarão o júri do casal Alexandre e Anna Carolina Nardoni.
O promotor Cembranelli e o defensor Podval, apesar de estarem em campos opostos, têm um ponto de concordância: ambos admitem que a perícia foi bem-feita. Distanciam-se em suas posições, no entanto, no passo logo adiante: a interpretação que foi escrita no relatório final dos peritos do próprio Instituto de Criminalística. “Não há dúvida de que o caso tem um trabalho pericial bem eficiente. A perícia conseguiu colher o que era possível e pode dar uma boa visão do que se passou naquela noite. Apanhou todos os objetos possíveis, fez o levantamento do local utilizando equipamentos de última geração”, diz Cembranelli.
“Na minha opinião, a perícia é perfeita, o erro todo está na interpretação daqueles que assinam o documento final. Eu não discuto o trabalho dos peritos. Eu discuto, e aí muito, a conclusão a que chegaram a partir do material coletado e analisado”, diz Podval. Antecipam-se aqui algumas dessas constatações técnicas que serão apresentadas e debatidas no tribunal.
O promotor Cembranelli e o defensor Podval, apesar de estarem em campos opostos, têm um ponto de concordância: ambos admitem que a perícia foi bem-feita. Distanciam-se em suas posições, no entanto, no passo logo adiante: a interpretação que foi escrita no relatório final dos peritos do próprio Instituto de Criminalística. “Não há dúvida de que o caso tem um trabalho pericial bem eficiente. A perícia conseguiu colher o que era possível e pode dar uma boa visão do que se passou naquela noite. Apanhou todos os objetos possíveis, fez o levantamento do local utilizando equipamentos de última geração”, diz Cembranelli.
“Na minha opinião, a perícia é perfeita, o erro todo está na interpretação daqueles que assinam o documento final. Eu não discuto o trabalho dos peritos. Eu discuto, e aí muito, a conclusão a que chegaram a partir do material coletado e analisado”, diz Podval. Antecipam-se aqui algumas dessas constatações técnicas que serão apresentadas e debatidas no tribunal.
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Segundo o documento final do Instituto de Criminalística, por exemplo, Anna Carolina teria agredido Isabella (pequeno corte do lado esquerdo da testa) no carro em que estavam quando retornavam ao apartamento da família na noite de 29 de março de 2008, um sábado. No automóvel (Ford Ka) estavam Alexandre ao volante, a sua mulher ao seu lado e, no banco traseiro, Isabella (atrás do pai) e os dois irmãos menores, um deles na cadeirinha veicular.
O laboratório de DNA do Instituto de Criminalística de São Paulo relata que no braço esquerdo dessa cadeira veicular há vestígio de “marca de sangue de um ou mais contribuintes, sendo um deles do sexo masculino”. Deixa claro que é impossível cravar de quem é o sangue e de que data ele é. No relatório final do mesmo Instituto de Criminalística, porém, assegura-se que o sangue é da menina assassinada.
Sem assistência, como resolver a contradição criada dentro do mesmo órgão do Estado e como auxiliar os jurados no entendimento de uma realidade de provas que ainda lhes é bastante estranha? Essa divergência entre o que o laboratório constatou e aquilo que está no relatório final é a “questão da interpretação” à qual Podval se refere.