6 – Dos crimes que você acompanhou, há algum que tenha lhe marcado mais?
IC- Em dezembro de 2007, reentrevistei Marcelo Costa de Andrade (que matou 13 meninos no Rio de Janeiro). Cheguei à conclusão de que pior do que morrer, era permanecer vivo nas mãos dele. O que ele fazia com as vítimas é impublicável, mas posso dizer que eram torturas sexuais que duravam a noite toda.
7 – Qual a importância da cooperação entre ciência e investigação policial?
7 – Qual a importância da cooperação entre ciência e investigação policial?
IC- O caso de Francisco de Assis Pereira (o maníaco do parque, de São Paulo, que abusava sexualmente das vítimas e matou algumas delas), é bastante ilustrativo. Na época, havia nove inquéritos policiais em andamento, cada um em uma delegacia. Os Estados Unidos, por exemplo, têm um banco de dados que contém informações sobre crimes bizarros. Além de economizar, a eficiência para solucionar um crime é muito maior.
8 – Todos os crimes em série possuem agressões sexuais?
8 – Todos os crimes em série possuem agressões sexuais?
IC- Na maioria sim. Cerca de 90% dos assassinatos em série têm uma questão sexual. Isso porque é muito comum o criminoso ter sido agredido sexualmente na infância. Quando ele faz sexo com a vítima, não está praticando uma relação sexual normal, mas a está agredindo.
9 – Os seriais killers podem se regenerar?
9 – Os seriais killers podem se regenerar?
IC- Eu nunca vi um serial killer se regenerar. No Brasil, teremos essa resposta no futuro, pois ainda nenhum assassino em série foi liberado da prisão. Infelizmente, eles só param de matar quando são presos ou mortos.
10 – Como você interpreta a comoção da população no caso de Isabella Nardoni?
10 – Como você interpreta a comoção da população no caso de Isabella Nardoni?
IC- Aqueles que paralisam as próprias vidas para viverem a vida de outros devem procurar ajuda médica. A população e a mídia devem cobrar resultados da polícia. O problema está quando centenas de pessoas agridem verbalmente um casal que ainda não foi julgado. As provas que a polícia tem são suficientes para indiciá-los. Mas há um longo caminho até serem considerados culpados.
fernando.gazzaneo@folhauniversal.com.br
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