As partes que estiverem grifadas e para que pensem um pouco e mais e observem que está perícia paulista foi um fracasso nas suas investigações, em poucas palavras o Doutor e Professor Ricardo Molina descreveu as falhas graves desta perícia histriônica.
O professor da Unicamp Ricardo Molina criticou a perícia no caso Isabella. Após duas perícias, imóvel foi liberado por dois dias e voltou a ser lacrado. O perito e professor da Unicamp Ricardo Molina alertou para a possibilidade de a polícia e a promotoria não conseguirem condenar o(s) culpado(s) pela morte da menina Isabella Nardoni, de 5 anos, na noite do dia 29 de março.
Em entrevista ao G1, Molina, que não integra a equipe que investiga o caso, apontou que, por enquanto, foram revelados pela imprensa apenas uns conjuntos de indícios circunstanciais que podem ser rebatidos pela defesa de Alexandre Nardoni e de Anna Carolina Jatobá. “No julgamento, a dúvida sempre favoreceu os réus”, disse ele.
Crítica
Ricardo Molina critica o fato de a perícia ter liberado o apartamento para o pai e a madrasta de Isabella após a segunda ida da perícia ao imóvel, realizada na noite de domingo (30) e na madrugada de segunda-feira (31) e, mais tarde, na quarta-feira (2), voltar a lacrá-lo para a realização de uma terceira perícia. O imóvel segue lacrado desde então.
Ao todo, a perícia retornou ao local do crime sete vezes – em algumas delas os peritos foram ao prédio vizinho ao Edifício London, localizado na Zona Norte, para verificar imagens do circuito interno que gravaram a chegada do casal na noite do crime.
A família de Nardoni e de Anna Carolina teve livre acesso ao apartamento por dois dias. “Um erro grave e que, na minha opinião, pode comprometer o caso inteiro, é o fato de o local não ter sido lacrado. Sabemos que o assassino tem a chave (do apartamento). Você não acha imprudente que se deixe o local do crime não lacrado sabendo que o assassino tem a chave?”, questionou Ricardo Molina.
Alexandre Nardoni disse à polícia que, após deixar Isabella dormindo em um dos quartos, trancou o imóvel e foi buscar Anna Carolina Jatobá e os filhos na garagem do prédio. Instantes depois, ao retornar ao apartamento, ele verificou que a garota fora jogada do 6º andar.
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) não quis se manifestar sobre as críticas. A assessoria de imprensa da Pasta informou apenas que o caso está sob sigilo policial.
Evidências
O risco de não lacrar a cena do crime é alguém tentar apagar vestígios ou ainda “plantar” evidências, diz o perito, que atuou nos casos do assassinato de PC Farias e da Rua Cuba. Esses casos, que tiveram a cena do crime alterada, não chegaram a uma conclusão.
“É uma irresponsabilidade deixar o local desprotegido como foi deixado. A defesa pode usar esse argumento lá na frente para desacreditar a perícia”, afirmou. Ricardo Molina também criticou o vazamento de informações à imprensa, o que, segundo ele, pode atrapalhar as investigações.
Ele defende que o corpo não fosse enterrado até que o caso fosse solucionado para dirimir eventuais dúvidas da perícia. Também avaliou que a prisão temporária do casal, dias após o crime, não ajudou as investigações.
http://g1.globo.com/Noticias/SaoPaulo/0,,MUL403897-5605,00.html