sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Trabalho Pericial - A Fralda


Tenho dito e afirmado o quão ruim foi o trabalho pericial no caso Isabella de Oliveira Nardoni. Então, a guisa de ilustração... Vejamos o que foi divulgado acerca da fralda que teria o sangue de Isabella – no qual não foi possível também seqüenciar o DNA da vítima.

Quando a perícia criminal encerrou seus trabalhos, em
30.03.2008, o apartamento foi liberado pela autoridade policial. Três dias depois a polícia retornou àquela imóvel, lacrou-o e procedeu a várias perícias em dias diferentes. Num desses retornos “encontraram” uma fralda de molho em um, balde.
Recolheram a peça e foi divulgado na imprensa que nela havia sangue de Isabella. Isto nos permite algumas considerações:

1- A polícia paulista fez crer que alguém entrou no apartamento e “lavou” aquela peças, produzindo assim fraude processual.

2-
Mas se aquela peça foi “lavada”, com o escopo de fraudar o processo, permite dizer que ela se encontrava dentro do apartamento quando alguém lá penetrou e lavou-a, deixando-a, por fim, de molho. Assim, resta claro que ela permaneceu.

3- Se estavam naquele imóvel, até que alguém lá penetrasse furtivamente e as lavasse, significa dizer que a perícia de Local de Crime, realizada em 29 e 30.03.2008 (a primeira perícia), foi mal feita e desatenta, porquanto não encontraram aquela peça que estariam com sangue dentro daquele imóvel. Ou será que dirão que a fralda lá não estava e que alguém retornou ao imóvel levando-a, para lavá-la e deixá-la de molho em um balde?

4- Se alguém penetrou sorrateiramente naquele imóvel, para lavar a toalha e a fralda, porque não a retirou e deu-lhe outro destino que não a de deixá-la de molho num balde?

5- Por outro lado, algum observador leigo – palpiteiro de ocasião – poderá afirmar que a peça decerto se encontrava no balde, caso os suspeitos tenham-na “lavado” de imediato. A pensar nessa premissa, resta claro que a perícia de local sequer teria visto um, balde com a peça de molho (?!).

Queiram ou não, pra quem conhece a matéria, resta claro que os trabalhos periciais e de investigação foram, no mínimo, atabalhoados.