O pai tem pinta de ser o assassino? Pode ser. O problema é que pode não ser.
Uma menina de 5 anos caiu do sexto andar, provavelmente foi jogada, e morreu. Ultrajante. Inominável. O Brasil inteiro sofre. O Brasil inteiro quer justiça. Mas é bom avisar ao Brasil inteiro que a tragédia pertence, antes de tudo, à família da menina Isabelle. Sejam quem forem os vilões. Não é o Big Brother.
Mas a opinião pública tem pressa. Quer pendurar logo o culpado no pelourinho. Nessas horas sempre aparece um,delegado falastrão, que palpita livremente sobre o tema e acha “muito estranho” o comportamento do pai. Isso também é ultrajante. Na falta de certezas e de provas, a sanha da opinião pública aceita de bom grado a versão. Qualquer uma. Em geral, a primeira.
Nessas horas, sempre aparece também um vizinho detalhista (e anônimo) para reconstituir um diálogo escabroso na cena do crime, e rechear a versão. Delegados falastrões e vizinhos detalhistas costumam se encaixar muito bem. Abram alas para o linchamento.
As circunstâncias dão ao pai razoável pinta de culpado. A versão dele de que um intruso agiu como um raio e cometeu o crime parece fantasiosa. Mas o respeitável público – se quiser ser mesmo respeitável – deve prestar atenção no seguinte: a verdade improvável também é verdade.
Antes que a CNBB, a Anistia Internacional, os poetas de porta de cadeia e os oportunistas em geral excomunguem o pai de Isabella, vale o pedido singelo: não empurrem o suspeito da janela do sexto andar. Não estuprem o Estado de Direito.
Uma menina de 5 anos caiu do sexto andar, provavelmente foi jogada, e morreu. Ultrajante. Inominável. O Brasil inteiro sofre. O Brasil inteiro quer justiça. Mas é bom avisar ao Brasil inteiro que a tragédia pertence, antes de tudo, à família da menina Isabelle. Sejam quem forem os vilões. Não é o Big Brother.
Mas a opinião pública tem pressa. Quer pendurar logo o culpado no pelourinho. Nessas horas sempre aparece um,delegado falastrão, que palpita livremente sobre o tema e acha “muito estranho” o comportamento do pai. Isso também é ultrajante. Na falta de certezas e de provas, a sanha da opinião pública aceita de bom grado a versão. Qualquer uma. Em geral, a primeira.
Nessas horas, sempre aparece também um vizinho detalhista (e anônimo) para reconstituir um diálogo escabroso na cena do crime, e rechear a versão. Delegados falastrões e vizinhos detalhistas costumam se encaixar muito bem. Abram alas para o linchamento.
As circunstâncias dão ao pai razoável pinta de culpado. A versão dele de que um intruso agiu como um raio e cometeu o crime parece fantasiosa. Mas o respeitável público – se quiser ser mesmo respeitável – deve prestar atenção no seguinte: a verdade improvável também é verdade.
Antes que a CNBB, a Anistia Internacional, os poetas de porta de cadeia e os oportunistas em geral excomunguem o pai de Isabella, vale o pedido singelo: não empurrem o suspeito da janela do sexto andar. Não estuprem o Estado de Direito.
Mas se a ansiedade for grande demais, paciência. Acabe-se com essa burocracia de julgamento. Instaure-se o Tribunal do Elias Maluco. Todos diretos para o, microondas.