quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Relatório do Conselho da Condição Feminina.IV

Em casa, Celina encontra o Vereador Valdemar Travassos e o Páraco da cidade. Por volta das 19h30m também chega na residência o Vereador Edílio da Silva. Antes de jantarem, Celina lembra ao marido que naquele dia se realizaria o aniversário do Sr. Nelson Cordeiro e que como Prefeito tinha obrigação de comparecer.

O Vereador Edílio vai embora. Celina e o Sr. Aldo após trocarem de roupa saem para a festa do aniversário. Beatriz fica em casa em companhia do Vereador Travassos e do Pe. Adriano e jantam juntos.
(fls. 537, 538, 901, 903, 904, 905 e 928).

Naquela tarde o Prefeito havia solicitado ajuda à Polícia Civil em Curitiba, tendo sido designado o “Grupo Tigre” para investigações. Os policiais do “Grupo Tigre” chega a Guaratuba por volta das 21h00m, indo à casa do Prefeito.
(fls. 37 e 404).

Na residência são atendidos por Beatriz, que informa que seus pais foram ao aniversário. Os policiais vão à casa dos pais do menor desaparecido, retornando em vinte minutos à residência do Prefeito, onde permanecem aguardando a chegada deste em companhia de Beatriz
(fls. 528, 529, 404, 536 e 537).

Como poderia Beatriz estar em um “Ritual Satânico”, neste mesmo dia e horário, na Serraria de seu pai?Na festa o Prefeito e Celina permanecem em companhia de diversas testemunhas, retornando por volta das 23h00m, para casa, onde encontram os policias do “Grupo Tigre”, ficam conversando (sobre alojamentos para o “grupo” e sobre o desaparecimento).

No momento em que os policiais se despediam, aparece em frente a residência o Sr. Diógenes Caetano, tio do menino desaparecido e notório inimigo político do Sr. Aldo Abagge. Diógenes acusa o Prefeito e Celina de “assassinos” e "traficantes de órgãos". Ocorre entrevero – presenciado pelos policiais
(fls. 528, 529, 537 e 760).

Como poderia Celina estar em um “Ritual Satânico”, nesse mesmo dia e horário, na Serraria de seu marido?
Como poderia Diógenes ter certeza de que a criança já estava morta, quando todos acreditavam poder encontrá-la com vida?Como pode o Sr. Diógenes Caetano, antecipadamente, ter previsto que iriam encontrar o menor morto e sem órgãos?

Quatro dias mais tarde, dia
11/04/92 é encontrado em um matagal, um corpo de criança completamente mutilado, com ausência dos órgãos internos e em estado adiantado de putrefação. A chave da residência do menino Evandro é encontrada nas proximidades desse cadáver
(fls. 14,15, 16, 17, 18, 19 e 20).

Por que o estado de putrefação do corpo é muito mais adiantado do que aquele que devia existir em razão do pouco tempo do desaparecimento do menino?
Por que o corpo estava mutilado, sem condições de reconhecimento?
E, sem órgãos?Por que o criminoso deixaria a chave da casa de Evandro junto ao cadáver?