Alexandre e Anna Carolina:
ela não asfixiou Isabella e não havia sangue no carro dele.
ISTOÉ teve acesso na quinta-feira 28 a novos documentos e laudos finais do processo contra Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá - pai biológico e madrasta da garotinha Isabella. Eles estão presos preventivamente sob a acusação de tê-la assassinado no final de março, em São Paulo.
Os laudos e depoimentos apontam que há contradições no processo. Segundo a versão da polícia, registrada nos papéis, o calvário de Isabella começou no carro da família, um Ford Ka: ela teria sido ferida na testa por Anna Carolina que, para isso, se valera de uma chave tetra.
A partir daí a menina de cinco anos foi levada ao apartamento no qual passava o final de semana com o pai e a madrasta e, novamente de acordo com a polícia, Anna Carolina a esganara. Alexandre a teria jogado pela janela.
Os novos laudos questionam a precisão dessa versão. Segundo eles, alguns pontos restam obscuros. O primeiro deles é justamente sobre a tal chave tetra.Ao depor à Justiça, a delegada Renata Pontes afirmou que não encaminhou essa chave, que seria o ponto de partida da tragédia, à perícia: "Eu não achei necessário." Ela argumentou que não vira no objeto vestígio de sangue, embora a perícia exista justamente para detectar aquilo que não se vê a olhos nus.
Disse mais: "A chave que me foi entregue, eu peguei e coloquei na minha gaveta, na minha sala". É nesse ponto que a chave tetra abre um mistério: se toda a barbaridade feita com Isabella é decorrência desse primeiro ferimento (cinco milímetros, lado esquerdo da testa), como não enviar para a perícia essa chave?
Também depôs na Justiça a testemunha Paulo César Colombo, ex-vizinho de Alexandre e de Anna Carolina. ISTOÉ teve acesso ao seu depoimento. Foi-lhe questionado pelo juiz o que dissera à polícia sobre brigas do casal, quando tudo ainda estava na fase anterior do inquérito.
Na delegacia, Paulo César teria afirmado "que numa das discussões do casal pôde ouvir Anna Carolina dizer que Alexandre (...), tinha uma ex-mulher (a mãe biológica de Isabella) e que infelizmente havia laços que não seriam desvinculados (...)".
Ao juiz, Paulo César declarou que a polícia pôs palavras em sua boca: "Essa parte assim não foi dita por mim, o escrivão (...), ele colocou algo a mais na hora de escrever." O juiz insistiu: "Isso não foi dito pelo senhor?" A resposta da testemunha foi curta e categórica: "Não. Não.
" Explica-se, no caso específico da morte de Isabella, a gravidade desse fato: as acusações contra o casal apontam o ciúme como sendo a motivação do crime e esse era um dos depoimentos que provaria o fato.
ela não asfixiou Isabella e não havia sangue no carro dele.
ISTOÉ teve acesso na quinta-feira 28 a novos documentos e laudos finais do processo contra Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá - pai biológico e madrasta da garotinha Isabella. Eles estão presos preventivamente sob a acusação de tê-la assassinado no final de março, em São Paulo.
Os laudos e depoimentos apontam que há contradições no processo. Segundo a versão da polícia, registrada nos papéis, o calvário de Isabella começou no carro da família, um Ford Ka: ela teria sido ferida na testa por Anna Carolina que, para isso, se valera de uma chave tetra.
A partir daí a menina de cinco anos foi levada ao apartamento no qual passava o final de semana com o pai e a madrasta e, novamente de acordo com a polícia, Anna Carolina a esganara. Alexandre a teria jogado pela janela.
Os novos laudos questionam a precisão dessa versão. Segundo eles, alguns pontos restam obscuros. O primeiro deles é justamente sobre a tal chave tetra.Ao depor à Justiça, a delegada Renata Pontes afirmou que não encaminhou essa chave, que seria o ponto de partida da tragédia, à perícia: "Eu não achei necessário." Ela argumentou que não vira no objeto vestígio de sangue, embora a perícia exista justamente para detectar aquilo que não se vê a olhos nus.
Disse mais: "A chave que me foi entregue, eu peguei e coloquei na minha gaveta, na minha sala". É nesse ponto que a chave tetra abre um mistério: se toda a barbaridade feita com Isabella é decorrência desse primeiro ferimento (cinco milímetros, lado esquerdo da testa), como não enviar para a perícia essa chave?
Também depôs na Justiça a testemunha Paulo César Colombo, ex-vizinho de Alexandre e de Anna Carolina. ISTOÉ teve acesso ao seu depoimento. Foi-lhe questionado pelo juiz o que dissera à polícia sobre brigas do casal, quando tudo ainda estava na fase anterior do inquérito.
Na delegacia, Paulo César teria afirmado "que numa das discussões do casal pôde ouvir Anna Carolina dizer que Alexandre (...), tinha uma ex-mulher (a mãe biológica de Isabella) e que infelizmente havia laços que não seriam desvinculados (...)".
Ao juiz, Paulo César declarou que a polícia pôs palavras em sua boca: "Essa parte assim não foi dita por mim, o escrivão (...), ele colocou algo a mais na hora de escrever." O juiz insistiu: "Isso não foi dito pelo senhor?" A resposta da testemunha foi curta e categórica: "Não. Não.
" Explica-se, no caso específico da morte de Isabella, a gravidade desse fato: as acusações contra o casal apontam o ciúme como sendo a motivação do crime e esse era um dos depoimentos que provaria o fato.