quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Relatório do Conselho da Condição Feminina.IX

Outro automóvel chega. Celina é colocada em um e Beatriz em outro. Ambos os automóveis partem em alta velocidade. Novamente é ordenado que se abaixem. Em Beatriz é colocada uma venda. Com Celina os policiais se utilizaram sua própria blusa, para vendá-la. Ambas são algemadas (fls. 530, 531, 538v).

Seguem até Garuva (divisa com Santa Catarina) e por estrada de terra a Cubatão (Paraná) chegando a uma chácara, que posteriormente foi identificada como de propriedade do pai de Diógenes, situada na localidade conhecida por Cubatão
(fls. 530, 531, 538v, 539
e petição de tal denúncia).

É normal seqüestrar do fórum e levar suspeitos em chácara particular, para interrogatório?
Quem acompanhou esses interrogatórios?

Lá ambas são conduzidas ao interior da casa e colocadas em quartos diferentes. Beatriz é levada e os policiais começam a seviciá-la. Celina do outro quarto ouve gritos da filha. (fls. 503, 531, 538v, 539).

Enquanto num dos quartos policiais promovem afogamentos, utilizando uma toalha molhada e espuma de sabão em Celina. No outro Beatriz é seviciada sexualmente e recebe choques elétricos. Devido à “sessão de tortura” Beatriz tem “relaxamento de esfíncteres” e evacua nas calças sujando até a camiseta, chegando a desmaiar. Um rádio toca música em alto volume, para abafar os gritos provenientes do interior da casa.
(fls. 530, 531, 538v, 539 e 949).

Em dado momento os policiais apresentam Beatriz para Celina. Esta vê a filha vendada, completamente nua, parecendo desacordada, com sangue escorrendo pelas pernas. O policial diz: “já foram dois – faltam catorze”, e retira Beatriz para outro quarto. (fls. 530, 531, 538v, 539 e denúncia em anexo).