quinta-feira, 18 de setembro de 2008

'CSI' à brasileira: profissão perito

Na trilha do crime

1 -"Luminol" (reagente químico) Para que serve: detectam manchas de sangue mesmo que tenham sido lavadas. Quando entra em contato com o sangue, emite uma luz azul fosforescente, indicando a presença da substância. É um produto caro.

Só é usado quando outras técnicas, como a luz forense, não obtiveram sucesso em que caso foi usado: no do assassinato de Isabella, a polícia usou a substância na garagem do prédio e no carro do pai da garota, Alexandre Nardoni

2- Seqüenciador de DNA Para que serve: analisa diversos pontos da cadeia do DNA a partir de tecidos, sangue, dentes, ossos e cabelos para fazer comparações e possibilitar identificações. Quando não há tecido suficiente, costuma-se usar uma técnica chamada "cultivo", para conseguir aumentar o material a ser analisado.

É aplicado principalmente em crimes sexuais. O IC adquiriu o equipamento há um ano e meio em que caso foi usado: na identificação dos corpos das vítimas do acidente com o Airbus da TAM, em julho do ano passado, que atingiu um prédio da própria companhia aérea em Congonhas (zona sul de SP) e matou
199
pessoas

3- "Crimescope" (luz forense) Para que serve: é empregado na identificação de materiais orgânicos, como manchas de sangue, resíduos de disparos de armas de fogo, sêmen e ossadas. Utilizado quando não é possível identificar essa substância a olho nu, o aparelho emite tipos diferentes de luz, como a ultravioleta.

Precisa ser manipulado com óculos de proteção. Chegou à polícia há um ano e oito meses em que caso foi usado: no assassinato, em setembro de
2006
, do deputado estadual e coronel da PM de São Paulo Ubiratan Guimarães, que ficou conhecido por comandar o massacre do Carandiru. O "Crimescope" foi aplicado na casa onde o coronel foi encontrado morto, nos Jardins.

4- CromatógrafoPara que serve: usado pela Polícia Técnico-Científica para identificar a presença de drogas ou medicamentos em substâncias encontradas em cenas de crimes ou acidentes. Quebra moléculas por meio do calor, o que permite a identificação das substâncias. O IC possui dois deles.

O mais moderno chegou há um ano e meio e consegue identificar substâncias mesmo em concentrações menores. O mais antigo tem seis anos de uso em que caso foi usado: no inquérito do lutador de jiu-jítsu Ryan Gracie, encontrado morto em uma cadeia em São Paulo em dezembro do ano passado. Laudo indicou que ele morreu em decorrência da associação entre medicamentos ministrados por seu psiquiatra e uso de cocaína e maconha.

5-
Inclusor e 6 micrótomo Para que servem: equipamentos que preparam tecidos para a análise microscópica e ajudam a determinar as condições de saúde dos envolvidos em crimes ou acidentes. O inclusor retira a água e a gordura de pedaços de órgãos para deixar somente a essência. O que resta é misturado em blocos de parafina. Depois, são cortados em fatias finíssimas no micrótomo.

Elas são colocadas em lâminas e levadas a um dos microscópios do IML (a imagem é ampliada em até
2.400 vezes) em que casos foram usados: no do assassinato da menina Isabella Nardoni, asfixiada e jogada pela janela do apartamento de seu pai na noite do último dia 29
de março. A polícia pediu análise microscópica da garota.


Maeli Prado e Rafael Balsemão Revista da FolhaFolha de S.Paulo
http://www.apcf.org.br/%C3%81reaAberta/APCFNoticias/tabid/293/ctl/Details/mid/610/ItemID/1084/Default.aspx